Últimas impressões do Infraworks e Autodesk University Brasil 2017

Bom dia à todos!

Irei dividir em duas partes esta portagem, uma sobre os últimos trabalhos que elaborei com o Infraworks seja consultoria/modelo de alta complexidade focando nas minhas impressões sobre a capacidade da tecnologia e um breve comentário sobre o evento Autodesk University que estive mês passado graças a ajuda de muitos de vocês que participaram da promoção da vídeo-aula Rodovia Vol.2 👍😀 (pretendo elaborar uma parecida para o Infraworks, fiquem atentos!).

Topografia:

O software tem se mostrado eficiente ao carregar dados altimétricos seja qual origem for: método convencional de levantamento, drones e scanner a laser (estes dependendo do intermédio do Recap e de máquinas com configurações mais avantajadas dependendo da extensão), ou até mesmo do OpenStreetMap do seu gerador de modelo para estudos preliminares com precisão mais estimada. 

Em algumas poucas áreas existem falhas de compatibilização de coordenadas em sua base de dados quando se quer levar um levantamento realizado em campo sendo o mesmo pré-tratado no C3D. Isso deve ser melhorado a partir de futuros hotfixs e atualizações.

Alimentação inicial de dados para empreendimentos fechados (loteamentos, galpões logísticos, hipermercados, estacionamentos, etc):

Ainda estou patinando um pouco para importar a base CAD com layers definidos de forma automática e georreferenciada sem precisar inseri-la através de um ponto de referência. Em muitos casos é necessário fazer uma boa limpeza no arquivo e ainda assim preciso inserir interativamente, o que se torna algo mais manual. Tive estas dificuldades em algumas consultorias.

Outra alternativa e mais usual está sendo importar como zoneamentos, hidrografias ou coberturas com sobreposição ao relevo, porém os mesmos exibem cores diferentes das originais  trabalhadas no desenho conceitual 2D. Pouco relevante na maioria dos casos.

Geometria para estradas: 

Atualmente está com grande quantidade de recursos e é super intuitivo com cálculos empíricos, inteligentes e automatizados como para Emax e transição, por exemplo. 

Alguns detalhes de desenvolvimento de geometria deverão ser otimizados num futuro não muito distante, uma vez que o mesmo por exemplo ainda não consegue elaborar a geometria horizontal com curva reversa ou 3 raios e ainda não libera a edição para os aligments vindos do Civil 3D. 

Esta inclusive foi uma das ideias que propus no canal da Autodesk para melhorias:
https://forums.autodesk.com/t5/infraworks-ideas/alignment-roads-editables-from-civil-3d/idi-p/7406196  (Vejam que é importante votarem para terem um software mais robusto no futuro 😜).

A superlargura e algumas interseções mais específicas genericamente falando precisarão de um grande apoio do C3D e Vehicle Tracking. Em muitos casos será necessário o projeto finalizado no C3D para retorna-lo ao IW e assim realizar uma apresentação mais realística. No caso de ramos, alças, eixos principais e secundários independentes dos encaixes nas curvas circulares e espirais será necessário hoje editar as larguras dos componentes de pavimentos de forma mais manual, exceto as rotatórias e interseções em nível que já permitem a entrada de dados de veículos padrões DNIT. 

Ainda nessa linha, o estudo de tráfego também é muito útil partindo do princípio que é possível editar a matriz de dados para analisar/verificar volume do mesmo, interferências, fluxos, sentidos das vias e mobilidade urbana em geral. 

Outra limitação é que ainda não é possível de forma simples aplicar diferentes espessuras de pavimento em seus componentes. Neste caso é importante dizer que o Infraworks possui uma programação muito mais amigável que o Civil 3D. Editando valores em um word pad dentro de sua hierarquia de arquivos instaláveis ou diretamente de seu modelo é possível fazer coisas incríveis, o que traz uma certa segurança em termos operacionais e em seu crescimento no futuro. 


Terraplenagem e pavimentação para variadas concepções (estradas, loteamentos, empreendimentos de áreas fechadas):

A terraplenagem e cálculo de estruturas de pavimento são mais genéricos e minha expectativa é que com o tempo isso se tornará mais próximo ao padrão das entregas aos orgãos competentes e ao que é exigido em termos de documentação, incluindo notas de serviços, cálculos por seções, espessuras, etc... por isso ainda temos uma grande dependência do Civil 3D, quando podemos usufruir de uma fácil integração em termos de comunicação entre ambos. 

Em alguns estudos obtivemos uma margem interessante se comparado ao projeto concluído. Isso tudo significa uma proximidade ainda maior à um estudo mais preciso e consistente logo nas etapas iniciais de um ciclo de vida do projeto/BIM na infraestrutura.

Drenagem IW - C3D:

O dimensionamento dentro do software é válido para uma estimativa de quantidades de drenagem e a comunicação com o Civil 3D permite um refinamento e um redimensionando do pré-lançamento estudado obtendo assim um processo de trabalho mais eficiente e ágil. 

Ainda nesta linha, na nova versão do Civil 3D temos a ausência de métodos hidrológicos consagrados no Brasil pois o mesmo dispõe apenas do dimensionamento das galerias pela fórmula equivalente ao Manning para plataformas a partir das catchaments, excluindo o método racional até o momento dentro do seu recurso de Analise gravitacional, porém isso fatalmente isso será lembrado e necessário no futuro. O Tc e o Tr vem com uma planilha IDF assim como era no SSA, este mesmo pode ser ajustado para a equação da chuva do município.

Neste aspecto vejo uma perspectiva de independência do SSA uma vez que o usuário pode trabalhar com duas plataformas mais facilmente interoperadas se comparado ao próprio SSA. Vejo um workflow mais vantajoso do que C3D - SSA - C3D. 👉👈👉

Na próxima postagem pretendo falar um pouco sobre a edição de dispositivos através do Parts Editor e Inventor para complementar este assunto.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Em suma o Infraworks tem se mostrado muito eficiente no que se diz respeito à estudos preliminares e análises de viabilidades, com adoção do mesmo em diversas organizações e muito próximo ao Civil 3D dentro de um ciclo de vida, permitindo uma troca de informações consistente e sem perda de dados como o conceito BIM defende. 

Dentro do mesmo hoje é possível elaborar um projeto pré-executivo dependendo apenas de um refinamento mais apurado no Civil 3D. Isso traz perspectivas de melhorias e um horizonte muito promissor à plataforma e à toda classe em um futuro acredito não muito distante. 💥💥💥👊

Muito disso se deve ao funcionamento do mesmo em nuvem em todos os aspectos, tanto em termos de desenvolvimento da ferramenta como para projetos, compartilhando atualizações com o grupo de participantes atuantes no modelo assim como para usuários, membros, times e parceiros que propõe feedbacks aos programadores da Autodesk, tornando as atualizações mais velozes num mundo cada vez mais conectado, integrado e colaborativo. ⏩⏩⏩⏩⏩⏩

Com upgrades cada vez mais constantes aliado a plataforma mais "futurista" e moderna (que possui grande diferença à antiga plataforma CAD) provoca nos profissionais hoje a saída de sua zona de conforto quebrando qualquer malefício que se possa ter, seja de resistência, cultura, modo de pensar em como elaborar o projeto, obrigando os mesmos a correr ainda mais atrás de conhecimentos, fazendo com que cada minuto perdido nele se torne uma queda brusca sobre uma curva de aprendizado e uma baixa dentro de um mercado de trabalho que é tão competitivo e escasso de profissionais atualizados.

Faço uma breve comparação em relação às suas primeiras versões quando ainda era o Autodesk Infrastructure Modeler e vejo que o mesmo melhorou muito e tende à melhorar ainda mais.  💪😍🔝

Para finalizar o assunto, veja o último modelo mencionado que inclui a praça de pedágio e interseções no município de Valinhos-SP, explorado no IW, integrado com 3D Studio Max (Civil View) e Civil 3D nas imagens abaixo.  
Para ver mais sobre o mesmo você poderá acessar a galeria direto do Infraworks Gallery.








AU Brasil 2017:

Mês passado estive no evento da Autodesk University desta vez como participante e não palestrante, o que foi ótimo pois consegui assistir palestras bem interessantes na evolução do BIM na parte de infraestrutura como o uso da plataforma BIM para planejamentos e estudos conceituais do Infraworks para desenvolvimento e expansão regional do Parque Itaipu. 
A implantação do BIM infra na CPTM e workflow Civil 3D e Navis para extração de quantitativos do pessoal da Camargo Correa além da modelagem com representação de falhas geológicas no Civil 3D. 
Os stands também estavam shows e cheio de novidades!
Abaixo uma foto com o pessoal Expert Elite e comunidade Autodesk...


Obrigado e um abraço á todos!

Comentários